terça-feira, 29 de setembro de 2009

A queda dos artilheiros

Desde 2003 que o Campeonato Brasileiro de Futebol é disputado em dois turnos, com jogos de ida e volta, em pontos corridos. Antes disso, 24 times disputavam 16 vagas para as oitavas, quartas, semi e finais da competição. Ou seja, os finalistas faziam, no máximo 32 jogos, isso se fosse preciso a realização de um terceiro jogo na final.

Em 1997, Vasco e Palmeiras fizeram três jogos, três empates e o Vasco ficou com o título. No campeonato daquele ano, Edmundo foi o artilheiro com 29 gols, sendo que 6 deles foram marcados em um só jogo contra o União São João, em que o Vasco ganhou por 6 a 0. Em 32 jogos, 29 gols, uma marca impressionante e que, até então, o coroava como o maior artilheiro em uma edição do Campeonato Brasileiro.

Com a mudança no regulamento da competição, o número de jogos subiu para 46 e como diminuiu de 24 para 20 o número de equipes, atualmente, são realizados 38 jogos. Contudo, apesar do número de jogos ter crescido, os artilheiros já não fazem mais tantos gols, exceto por Dimba, na época do Goiás (30 gols em 2003), e Washington que defendia o Atlético Paranaense (34 gols em 2004).

Desde então, o número de gols marcados pelos atacantes já não impressiona mais: Romário, 22 gols em 2005, pelo Vasco; Souza, 17 gols em 2006, pelo Goiás; Josiel, 20 gols em 2007, pelo Paraná e Washington (Fluminense), Keirrison (Coritiba) e Kléber Pereira (Santos), todos marcaram 21 gols, no ano passado.

Se o número de jogos aumentou, por que, então, os artilheiros estão fazendo menos gols? Seria incompetência dos atacantes? Boa marcação dos zagueiros? Ou hoje os jogadores de todos os setores estão fazendo mais gols e com isso acabam ofuscando o brilho do ataque?

Pode ser qualquer uma dessas suposições. Mas o fato é que com essa freada dos atacantes, dificilmente algum outro jogador alcançará as marcas de Pelé e Romário, que fizeram mais de mil gols. Ah, mas, como diria Felipão, naquela época se amarrava "cachorro com linguiça". Talvez sim. Mas é por essas e outras razões que o futebol do passado deixa saudades e desperta a crítica no futebol do presente e do futuro.

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