domingo, 7 de junho de 2009

Os desafios da profissão

Acredito que toda e qualquer profissão exige muita garra, determinação, força de vontade. No trabalho de um jornalista, por exemplo, isso não é diferente. Talvez a exigência seja dobrada. Não é fácil correr atrás de informações, enfrentar desafios, correr altos riscos, entre outras tantas dificuldades que fazem parte do cotidiano de um jornalista.

Há uma semana, um amigo e eu viajamos para fazer um trabalho da faculdade. Tema: Os grandes projetos na Amazônia. Os destinos: Tucuruí e Marabá. Os projetos escolhidos: Projeto Grande Carajás, Hidrelétrica de Tucuruí e Rodovia Transamazônica. Fizemos um trabalho filmado, nada muito profissional, afinal ainda estamos no terceiro semestre do curso de jornalismo. No entanto, resolvemos meter a mão na massa e sentir na pele situações que viveremos pro resto da vida.

Saímos de Belém na sexta e voltamos no sábado. A saída de Belém estava marcada para às 6 horas. Mas, sempre tem aquele imprevisto. No nosso caso foi O IMPREVISTO. A fita da câmera, que havíamos comprado um dia antes, não servia. Fomos em 4 lojas diferentes, em vão. Foi difícil encontrar a fita. Quando conseguimos comprar, o relógio já marcava 9 horas e 40 minutos. Isso atrasou a nossa viagem em quase 4 horas. Tínhamos que chegar em Tucuruí até às 5 horas da tarde, no máximo, pois tínhamos que fazer as filmagens da usina.

Depois de mais de 6 horas de viagem, devido à chuva e às péssimas condições da estrada, enfim, Tucuruí, cidade que fica há 400 km de Belém, no sudeste do estado. A filmagem e as entrevistas foram feitas com sucesso. Saindo de lá, o primeiro problema: descobrimos (da pior maneira possível) que o selo do carro estava atrasado, ao passarmos pela barreira da Polícia Rodoviaria Estadual. Por sorte, fomos liberados nessa e nas outras três barreiras que ainda seríamos abordados.

Às 11 horas da noite, finalmente, chegamos à Marabá. Foram mais de 12 horas de viagem, desde a saída de Belém. O corpo já não aguentava mais. Sem palavras para descrever o cansaço. Mas a batalha ainda não tinha chegado ao fim. No dia seguinte, estávamos de pé às 8. Outro desafio: esperar o trem (Projeto Carajás) passar. Pegando sol e chuva, ficamos sob a trilha do trem, esperando, esperando e esperando... Uma hora depois, trem à vista. Nesse momento, um caminhão baú passa e um homem que estava nele apontou uma arma pra nós. Não entendi muito, mas fiquei com medo, é claro.

O último destino foi a Br 230, a Rodovia Transamazônica. Eu tive a péssima idéia de ir entrevistar um Policial Rodoviário Federal. "O selo do carro de vocês está atrasado, vamos ter que deter o veículo", foram as palavras dele. Mas, depois de muita conversa, ele mudou de idéia e nos cedeu a entrevista. Que bom!

Saímos de Marabá por volta de 2 horas da tarde. Chegamos em casa às 11 horas, aproximadamente. Foram dois dias que pareceram duas semanas. Não foi fácil, mas conseguimos vencer. Em alguns momentos, o stress e a impaciência tomaram conta de nós, mas não foram maiores que a nossa força de vontade, o desejo de realizar um bom trabalho. Ainda estamos longe de ser jornalistas. O caminho é longo, mas já começou a ser trilhado.

Não existe nada melhor que fazer aquilo que você realmente gosta. Graças a Deus, não tive dificuldades para escolher a profissão. A cada dia que passa, em cada livro que leio, me apaixono mais pelo curso. É isso mesmo que eu quero, é tudo que sempre sonhei. Espero desfrutar dessa profissão pro resto da vida. E que seja na área do jornalismo esportivo, minha grande paixão.

2 comentários:

  1. Jorge, muito bom! Teu texto tá a cada dia melhor.
    A experiência da viagem deve ter sido mesmo muito louca.
    Tu sabes, quem tem sangue de comunicador fica "viajando" (imaginando) com teu relato e arrepiado.
    Como eu.
    Bjs pra ti.
    Patricia Nascimento

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