sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Mesmo sem precisar de diploma, Jornalismo continua concorrido

A Universidade Federal do Pará (UFPA) divulgou ontem a demanda dos cursos que a instituição oferece para o Vestibular 2010. Os cursos de Medicina (33.99/vaga), Publicidade e Propaganda (27.70/vaga) e Fisioterapia (27.13/vaga) são os mais concorridos. O curso de Jornalismo, mesmo sem ser necessário o diploma para exercer a função, continua concorrido: 14.87 canditados por vaga.


Confira os números dos últimos processos seletivos:


Ano Vagas Inscritos Cotistas Não-cotistas

Vestibular 2007 30 485 ---- 16.17
Vestibular 2008 30 409 12.93 14.33
Vestibular 2009 30 608 19.0 21.20
Vestibular 2010 30 457 15.0 14.87

Nos últimos três anos o curso de Jornalismo se manteve entre os mais procurados pelos canditados da UFPA. No entanto, no vestibular deste ano houve uma queda na procura se comparado ao PSS 2009. Contudo, a concorrência ainda é grande, afinal são 15 candidatos disputando uma vaga, o que prova a força do curso e mostra que a dispensa do diploma não fez com que muita gente mudasse de idéia.

A idéia continua a mesma na cabeça de muita gente: o diploma é indispensável. É praticamente impossível que uma grande empresa de comunicação contrate um funcionário para atuar como jornalista sem que este seja graduado, exceto aqueles que já estão no mercado há anos e não têm diploma.

Faculdade é o caminho que deve ser trilhado

Para ser um bom jornalista não basta saber fazer uma boa matéria, ser destaque nas coletivas ou escrever um texto sem erros. Existem técnicas que só quem enfrenta os quatro anos de faculdade sabe. Modos de agir que fazem parte do código de ética do jornalista.

E por falar em ética, será que ela está presente nos telejornais regionais? Em geral, não. Não porque grande parte dos apresentadores não tem graduação em Jornalismo. Um jornalista não deve, por exemplo, julgar. Em programas policiais é comum ver o apresentador usar as frases "bandido tem que morrer", "lugar de ladrão é na cadeia", "bandidos são covardes", enfim.

Não se deve ouvir só um lado. É preciso, também, saber qual o contexto que está por trás de um assaltante, o que o levou a praticar o delito. O Brasil é um país cheio de falhas na educação, que é a base de tudo. Como diz a música de Mano Brown "a máquina do desemprego fabrica criminoso". Concordo.

Portanto, senhores "jornalistas", vocês têm que deixar de querer aparecer tanto e tentar entender o que se passa. Qual a raíz do problema, e tentar apontar uma solução. Deixem que as pessoas da área jurídica fiquem responsáveis pelo papel de julgar, cabe a eles e não aos jornalistas e menos ainda aos que pensam que são jornalistas.

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